Artigo publicado (baixar) sobre a precificação de ações do segmento de Real Estate.
Autores: João da Rocha Lima Jr (Escola Politécnica da USP – Núcleo de Real Estate – rocha.lima@poli.usp.br) e Carolina Andrea Garisto Gregório (Escola Politécnica da USP – Núcleo de Real Estate – carolina.gregorio@poli.usp.br)
Resumo
No ciclo de set/2005 a out/2007 empresas representativas do mercado brasileiro de real estate residencial adotaram a estratégia de captar recursos via mercado de capitais. O contexto se mostrava favorável para produção de imóveis destinados a classe média, por dois principais fatores, primeiro, em razão das melhores condições de financiamentos para a compra de imóveis decorrente da reestruturação do sistema financeiro habitacional brasileiro a partir de 2005, e, segundo, por ser um segmento de mercado com demanda não atendida, já que boa parte das empresas focava para a produção de imóveis para a classe média alta e alta em razão da maior poupança dos compradores, que facilitava o encaixe de preço no ciclo de implantação e reduzia a necessidade de investimento por parte das empresas. Nesse sentido, para atender a demanda da classe média restava às empresas aumentarem sua capacidade de investimento para produção. A estratégia de capitalização via mercado de capitais, por meios das IPOs, foi adotada pelas empresas mais representativas, em curto intervalo de tempo. O foco do artigo consiste na análise da qualidade de investimento nas ações dessas empresas (fazem parte da análise 15 ofertas). Na finalidade de identificar em quais expectativas as empresas se apoiaram para entrarem na Bovespa nos períodos, volumes e preços ocorridos, foram analisadas as correlações dessas ofertas com o índice de mercado (IBOVESPA). A partir dos resultados obtidos, por meio do método de valuation mais conhecido e fundamentado, é possível concluir que a colocação das ofertas não foi sustentada em procedimentos validados de precificação, configurando ofertas meramente especulativas.