(Valor Econômico) – 01/12/15

O BTG Pactual atua com rapidez para vender ativos após a prisão de seu principal acionista e ex presidente, André Esteves, no âmbito da Operação Lava Jato.

No topo da lista de prioridades está a venda de carteira de crédito e de empresas com alto retorno, como Rede D’Or, Estapar e Mitsubishi Motors.

Depois da rede de hospitais D’Or, em negociação avançada com o fundo soberano de Cingapura (GIC), a venda com maior potencial de reforçar o caixa do banco é a da rede de estacionamentos Estapar, avaliada em R$ 1,5 bilhão, na qual o BTG tem 67,7%. O próprio GIC tem interesse no negócio, segundo o Valor apurou. JBS e Moving Vinci, segunda maior operadora de estacionamentos do país, também foram sondados por acionistas sobre eventual interesse na empresa.

A operação mais adiantada é a venda de ações da BR Properties, do setor imobiliário. Está marcado para hoje leilão de 5,96% das ações da empresa na bolsa. No mercado, avalia-se que a venda foi chamada pelo banco. O BTG Pactual tem 35,87% da empresa, em participações detidas por meio de diversos veículos.

A preocupação do BTG em reforçar o caixa aumenta na mesma medida da pressão do mercado. A notícia da extensão da prisão de Esteves e de que se investiga se o banco pagou parlamentares para obter vantagens em Medidas Provisórias fizeram as units do BTG Pactual recuarem 8,53% ontem. Desde a prisão de Esteves, os papéis já caíram 32,3%.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deixou de aceitar cartas fiança do BTG como garantia em suas operações de financiamento, apurou o Valor. A avaliação do banco estatal é que o risco do BTG tornou-se muito elevado depois da prisão de seu controlador.

Enquanto negocia a venda de bons ativos, o BTG deixa pendente a solução para os negócios com pior desempenho. A varejista Leader, a cadeia de farmácias Brasil Pharma e a rede de academias Body Tech são altamente endividadas e, no caso das duas primeiras, não há interessados, além de precisarem de injeção de capital.