Os escritórios não vão morrer – mas precisam mudar para continuar relevantes


(Época) – 03/12/20

Na briga entre escritório e home office, não parece haver um vencedor. Os dois carregam vantagens e desafios, e o custo-benefício varia entre profissionais, áreas, empresas e até países. Mas uma coisa é certa: a experiência com o trabalho remoto em 2020 deixará marcas permanentes – e as empresas precisam repensar seus espaços se quiserem mantê-los relevantes.

O tema foi discutido em um painel do Web Summit 2020 nesta quarta-feira (02/12). Elisa Rönkä, chefe de desenvolvimento de mercado digital da Siemens na Europa, coordenou um painel com nove executivos e empreendedores de diferentes áreas para conhecer suas perspectivas.

A maioria concorda que não há um modelo ou espaço de trabalho ideal para todos. A experiência com o home office é diferente, por exemplo, entre quem tem um cômodo para trabalhar isolado e quem divide um espaço comum com familiares.

O barulho a e interferência de outras pessoas, vale lembrar, também ocorre nos escritórios. Outros fatores importantes e variáveis são a ergonomia e o tempo de locomoção. Daí a ideia de estabelecer um modelo híbrido, aproveitando as vantagens dos dois modelos.

Mas esta é só uma parte do processo. A partir dessa comparação e das experiências dos últimos meses, empresas podem e devem repensar seus processos e espaços. “O cenário atual nos deu a oportunidade de estudar os dois ambientes pela perspectiva do bem-estar. Os escritórios definitivamente não vão morrer, mas podemos torná-los melhores”, diz Steve Longhorn, líder de bem-estar da ISS Facility Services.

O planejamento estratégico de espaços é um exemplo. Se por um lado é importante ter espaços que estimulem a conexão e a troca de ideias, por outro é necessário ter áreas silenciosas e que promovam o foco. “Precisamos ter certeza de que estamos desenhando um espaço adequado e que tenha tudo o que os funcionários precisam”, diz Erica, CEO da Comfy.

Recursos como a análise de dados podem ajudar a definir estratégias e tomar decisões. Mas, segundo ela, é imprescindível ouvir os funcionários nesse processo. “Precisamos saber como eles estão se sentindo e como estão sendo suas experiências.”

Nos modelos híbridos, ainda é preciso pensar em como conectar equipes que estão em lugares diferentes. Ser o único participante remoto em uma reunião virtual, por exemplo, pode ser um fator inibidor para algumas pessoas. “O líder precisa ter a habilidade de estimular que as pessoas participem da conversa”, exemplifica Mark, líder da área de transformação do local de trabalho na Cisco.

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