(Gazeta do Povo) – 06/02/11
A fibra mineral une sustentabilidade, beleza e tecnologia. É um produto moderno, fácil de instalar e combina com projetos arrojados
O forro define a concepção arquitetônica de um ambiente e, conforme o material escolhido, será responsável pela sensação de aconchego e bem-estar ou até desconforto no local. O gesso acartonado (drywall) e o PVC são as opções mais utilizadas nos últimos dez anos, principalmente em residências. A mais nova tecnologia, que chega primeiro em áreas que necessitam de absorção de ruídos, como escolas, escritórios e restaurantes, é a do forro de fibra mineral. Com alto desempenho acústico, ação bactericida e alta resistência à umidade relativa do ar (até níveis de 95%), é produzido com matérias-primas naturais, 100% reciclável, uma boa opção para um ambiente arrojado.
Para as residências, o forro de fibra mineral é uma acertada opção para um home theater, esclarece o arquiteto Carlos Bim, da Diarco, especializada em materiais de acabamento. “É uma área que necessita de tratamento acústico. Ele garante melhor qualidade do som, além de estética.”
De aparência clean, este forro atenua o barulho em até 49 decibéis e reflete até 90% da luz, o que permite reduzir a quantidade de lâmpadas e o consumo de energia. A aplicação é simples, por ser um produto modulado e removível e não necessitar de acabamento. “As placas ficam apoiadas em uma estrutura fixa e, em caso de manutenção nas instalações elétricas, podem ser empurradas para cima e para o lado”, explica Bim.
O valor do metro quadrado do forro de fibra mineral varia muito, dependendo do acabamento e finalidade. Custa a partir de R$ 50, preço similar ao do gesso acartonado.
Tradicionais
Por diversas vantagens, como montagem rápida, obra limpa e seca, sem juntas aparentes e por aceitar qualquer tipo de projeto luminotécnico, o gesso acartonado é um dos forros mais procurados. Dificilmente a escolha é pelo gesso comum. “Como ele é puro, sem a proteção de cartolina, puxa água e trabalha muito. Ao contrário do acartonado, embolora e trinca”, afirma o proprietário da DW Drywall, Fabio Carraro.
A arquiteta Ana Carolina Mazzarotto, da AMR Arquitetura explica que com o material é possível rebaixar o pé direito e esconder vigas aparentes ou canalizações hidráulicas e elétricas, além de criar diversos cenários. “Um projeto de forro pode trazer riqueza espacial ao ambiente e ser até o ponto focal do espaço, com jogos de planos em alturas diferentes”. No ponto onde haverá manutenção direta, faça um alçapão. “Assim, a placa pode ser retirada e recolocada, sem danos”, diz Carraro.
Para áreas molhadas, a opção é o gesso verde (placa RU), que é resistente à umidade. O mesmo vale para o PVC em réguas, disponível em várias cores, até com textura que imita madeira. Neste caso, exija selo de qualidade conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “A qualidade está vinculada à espessura. Se for muito fino, pode acontecer de nem conseguir instalar ou, em pouco tempo, ter as características alteradas, como rachaduras e mudança na coloração”, diz o engenheiro civil Rodrigo Felipe Pfau Cipriano.
Para áreas externas, o ideal é aplicar forro em madeira, recomenda o arquiteto Vinícius Trevisan. “Cuide para que o material receba ao menos uma camada de revestimento, para evitar que pregos enferrujem ou dilatem a madeira.” Se preferir o forro com características de gesso, utilize placa cimentícia. “O produto aguenta chuva e não racha com facilidade. É muito utilizado em beiral”, explica Cipriano.
Aconchego da madeira
O acabamento estético e a sensação de aconchego que o forro de madeira proporciona são a justificativa dos clientes que não abrem mão de adquirir este material. Outra importante característica, menos procurada pelo público de residência, é o isolamento termoacústico, explica Marlos Luft, sócio-proprietário da Madeireira Base Sólida. “Em dias de verão é possível ficar dentro do ambiente sem ar-condicionado, desde que as portas fiquem fechadas. No inverno, consegue-se manter as características do ambiente, sem sofrer com frio.”
Outras vantagens do forro de madeira são a versatilidade, recortes em diferentes formas e garantia contra possíveis infiltrações, aponta Luft. Para fazer a manutenção, basta retirar a placa, de cerca de dez centímetros de largura e pregada a cada 40 centímetros em média, realizar o serviço e recolocá-la, sem danos ao projeto. Esteticamente, está bem melhor, garante o arquiteto. “Não se fazem mais os encaixes abertos, como antigamente. Usa-se o encaixe bisotê, o que melhorou muito a aparência.”
Entre as opções disponíveis, a madeira ideal para o bom desempenho e durabilidade do forro é a que tem somente o cerne, sem o brancal (parte mais fraca, entre a casca e o cerne). “Quando a madeira é boa, resiste ao sol e à umidade, como o cumaru (ipê champanhe)”, diz Luft. Ele também cita a itaúba, naturalmente resistente a pragas e fungos, indicada inclusive para banheiros.
O metro quadrado da madeira, cujas espécies são de florestas de manejo, custa R$ 45, em média. A mesma medida, porém, pode custar até R$ 600. Neste caso, é o preço de forros para áreas onde o isolamento acústico é essencial, como grandes auditórios, igrejas e teatros. “É um material muito nobre, importado, em mdf, com placas laminadas e resistente ao fogo”, explica o arquiteto Carlos Bim, da Diarco, especializada em materiais de acabamento.