(Agência Estado) – 18/04/16
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) vai se esforçar para manter a “espinha dorsal” de sua relação com o governo, incluindo técnicos de diversos ministérios e órgãos públicos, afirmou o presidente da instituição, Rubens Menin. O executivo disse que, em uma eventual troca da chefia no Planalto, essa conexão não deve ser perdida.
“É um grupo que tem trabalhado junto e não deveria começar tudo de novo”, apontou Menin. O executivo também ressaltou que o contato com governo tem sido intenso e de bastante diálogo. Desde a votação sobre o impeachment na Câmara do Deputados, entretanto, ainda não houve contato com representantes da oposição, mas o presidente da Abrainc disse que já tinha canal aberto com o PMDB, quando a sigla estava com o governo, e vai procurar manter esse contato.
Minha Casa, Minha Vida
O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) também deve continuar, principalmente as faixas 2 e 3, de acordo com o executivo. Ele disse entender que a faixa 1, que exige mais subsídios do governo, tem uma perspectiva mais difícil, por causa dos problemas nas contas públicas. Mas os outros segmentos não devem correr risco de congelamento.
Conforme executivos consultados pelo Broadcast, o eventual impeachment da presidente Dilma pode ter impacto direto no programa Minha Casa, Minha Vida. Alguns empresários já consideram represar investimentos até que haja uma sinalização clara de representantes de uma futura nova gestão sobre a continuidade da iniciativa.
Por enquanto, o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB), que deve assumir o Planalto no caso de impeachment, afirmou recentemente que vai dar continuidade a programas sociais, como Bolsa Família, Pronatec, Fies e Prouni.
Para o presidente da Abrainc, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), que responde por uma das principais fontes de recursos para o programa, já tem se concentrado em habitação há décadas, sendo uma questão estrutural, e não expectativa de que isso possa mudar. “Não é um governo que vai mudar isso”, acrescentou.
O executivo disse que a economia nacional apresenta uma série de desafios. São quatro pontos que preocupam mais a entidade: carga tributária, juros, custo Brasil e intervencionismo na economia. No entanto, antes de resolver essas questões, Menin defendeu que a prioridade é política, de conciliar uma nação dividida. “Se não tiver como prioridade a conciliação, não é possível aplicar medidas de reformas”, afirmou.