Elevadores: nova geração coloca eficiência energética no alto


(Procel Info) – 19/06/09

Equipamentos modernos incorporam tecnologia capaz de reduzir consumo em até 70%. Modernização das máquinas também ajuda a diminuir conta de energia elétrica

nventado no século XIX, o elevador revolucionou a arquitetura ao permitir ao homem explorar a construção vertical. Com o adensamento das cidades, edifícios cada vez mais altos foram construídos e os elevadores se firmaram como um dos principais meios de transporte vertical. Por outro lado, eles contribuíram para o aumento significativo da conta de luz dos condomínios. Os equipamentos representam, em média, 6% do consumo total com energia elétrica de um prédio. As novas gerações de elevadores prometem não pesar tanto no bolso dos condôminos.

Especialistas mostram que a modernização de unidades já existentes pode reduzir o consumo de energia em até 40%. Os novos modelos já consomem 70% menos do que os antigos de três décadas atrás. Segundo José Luiz Mundim Soares, supervisor de marketing de novas instalações da Atlas Schindler, o primeiro passo na direção da eficiência energética foi a instalação de inversores para o acionamento dos motores. O inversor puxa a energia elétrica de forma gradual, ao invés de forma abrupta como acontecia anteriormente.

“Os inversores passaram a funcionar há 15 anos e trouxeram uma economia de 40%”, destacou Soares. Atualmente, existem também controles eletrônicos, que otimizam o envio da energia para os elevadores. “Consumindo apenas o necessário para a cabine operar”, completou Soares em entrevista ao Portal Procel Info. Essa segunda geração de elevadores eficientes, que, no caso da Atlas Schindler, tem um ano e meio, também ganhou máquinas de tração menores com motores de 4 a 5 cavalos (cv), contra 12 cv.

Outra inovação agregada aos novos modelos foi no cabo de aço, que agora vem envolto em um elemento de borracha plano flexível, que adere melhor à polia, conjunto de tracionamento do elevador. Isso foi feito porque o cabo de aço puro não absorvia toda a energia. “Não era eficaz. Agora, a energia gerada é levada efetivamente para o uso”, contou o supervisor da empresa. A evolução tecnológica dos elevadores, além de reduzir o consumo de energia, gerou outro efeito positivo, que é o fim da casa de máquinas, local onde ficam os motores dos elevadores.

“Os equipamentos ficam dentro da caixa do elevador. Isso reduz o custo da construção já que não é necessário a casa de máquina e as escadas de acesso”, observou Soares. A exceção é para os edifícios com mais de 20 andares, que usam elevadores rápidos, que ainda precisam da casa de máquina. Soares avalia que a tecnologia está evoluindo para a eliminação das casas de máquinas, mas ainda é economicamente inviável.

Especialistas mostram que a modernização de unidades já existentes pode reduzir o consumo de energia em até 40%. Já os novos modelos já consomem 70% menos do que os modelos de três décadas atrás

Os modernos elevadores são fundamentais para os novos edifícios que virão a ser construídos nos próximos anos. Esses novos projetos passarão pela certificação da qualidade do nível de eficiência energética, atualmente em elaboração dentro do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. De acordo com Frederico Souto Maior de Castro, do Procel Edifica, os elevadores não são alvo de certificação, mas precisam ter um desempenho adequado à classificação pretendida pelo projetista.

“O único estudo conduzido, no momento, é sobre a eficiência energética dos motores dos elevadores, que é vista como a de qualquer outro motor, no âmbito do Programa Brasileiro de Etiquetagem (Procel/Inmetro) e do Selo Procel”, afirmou. Ele lembra ainda que algumas partes do elevador, como é o caso do motor e da iluminação – lâmpadas, reatores e luminárias – já são certificadas com o selo Procel individualmente.

Uma das recomendações do Procel Edifica é a atenção à modernização dos equipamentos de edifícios mais antigos. “É preciso investir na modernização do sistema de transporte vertical nos prédios mais antigos, sem necessariamente trocar por um equipamento totalmente novo, uma vez que a vida média dos elevadores é de cerca de 20 anos”, recomendou Castro. Os condomínios, principalmente, comerciais, têm procurado a atualização dos seus equipamentos dentro de projetos de retrofit para com isso reduzir seus gastos mensais e não perder espaço no mercado imobiliário de locação.

A procura por modernização do sistema é grande, principalmente, nos prédios construídos na década de 80, pois nessa época utilizavam-se motores geradores, que consomem muita energia por ficarem ligados o dia todo. “Há um forte consumo de energia”, ressaltou Soares, da Atlas Schindler, que disse que a empresa foi procurada por 20 administradores de condomínios para fazer a modernização dos seus equipamentos. Inclusive prédios com pouco mais de uma década buscam uma atualização tecnológica dos elevadores.

“A potência média de um elevador é em torno de 10 cv, equivalente a 125 lâmpadas de 60 W, e se consideramos que no país existem mais de 200 mil elevadores, vê-se que há um potencial importante de economia de energia”, avaliou Castro, do Procel Edifica.

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