(Valor Econômico) – 12/11/09
Depois de dois anos fora do dia-a-dia da Tecnisa, o engenheiro Meyer Joseph Nigri vai reassumir a presidência da companhia que fundou há 32 anos. No início de 2008 – um ano após a abertura de capital da construtora – Nigri passou a gestão executiva para Carlos Alberto Júlio e passou a presidir o conselho de administração. Alberto Júlio, que foi presidente Polaroid e da HSM Management deixa a companhia por motivos pessoais, segundo comunicado ao mercado, mas permanece no cargo até o fim do ano. A partir de 2010, ano em que a Tecnisa pretende lançar R$ 2 bilhões em imóveis, Meyer Nigri volta a ter o cargo de presidente.
Segundo fontes do mercado, como profundo conhecedor do setor imobiliário, o fundador da Tecnisa sempre foi muito presente – com expediente diário na companhia – e nunca deixou de dar as cartas na operação. No próprio comunicado ao mercado, a empresa diz que Júlio, amigo pessoal do fundador, dividia a gestão com Nigri. Carlos Alberto Júlio assinou um dos pacotes de remuneração mais agressivos do setor imobiliário – e seria um profissional considerado caro pelos acionistas.
A avaliação dos analistas sobre o balanço da Tecnisa, divulgado ontem, foi de regular a fraco. As vendas contratadas atingiram R$ 243 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 19% sobre o segundo trimestre e de 4% em relação em relação ao mesmo período do ano passado. A velocidade de vendas dos lançamentos, de 19%, foi considerada baixa. “A Tecnisa apresentou um resultado regular, estável em relação ao segundo trimestre, com receita líquida, margens e o consumo de caixa praticamente estáveis, mas na parte operacional destacamos negativamente o baixo percentual de venda dos empreendimentos lançados no trimestre”, afirma Eduardo Silveira, analista do Banco Fator.
Segundo Marcelo Telles, do Credit Suisse, apesar da boa margem operacional, o grande desafio da Tecnisa continua sendo a aprovação dos lançamentos e como os projetos em aprovação são grandes isso leva tempo. A companhia afirmou que, por conta do atraso nas aprovações de projetos, espera volume baixo de lançamentos no quarto trimestre, por volta de R$ 100 milhões. A Tecnisa é dona do antigo terreno da Telefônica.