(O Globo) – 07/03/16
A liberação de mais de R$ 20 bilhões para financiamento da casa própria pelo conselho que administra o FGTS teve uma recepção morna do mercado imobiliário. Mesmo sendo uma medida que favorece a compra de imóveis, a incerteza com o cenário econômico pode segurar um possível respiro para o setor.
Pela medida, serão liberados R$ 21,7 bilhões para novos contratos. Destes, R$ 10 bilhões vão ser distribuídos para os bancos que têm maior participação no financiamento imobiliário, na linha chamada Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com taxa de 7,5% ao ano. Outros R$ 8,2 bilhões vão exclusivamente para pessoas físicas que recolhem o FGTS, a chamada Pró-cotista.
A taxa de juros é de 8,66% ao ano. A maior parte deste dinheiro vai para imóveis até R$ 225 mil: serão R$ 4,5 bilhões. Logo depois, R$ 3,5 bilhões para imóveis até R$ 500 mil; e R$ 700 milhões para imóveis até 750 mil.
Segundo estimativas do setor, o crédito imobiliário caiu de quase R$ 113 bilhões em 2014 para R$ 75 bilhões em 2015 e deve ficar em R$ 50 bilhões este ano.
Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi-Rio), considera positiva a preocupação do governo em proporcionar atrativos para movimentar o setor de habitação. No entanto, o medo do desemprego pode fazer com que o consumidor não se arrisque.
“Não me parece que o mercado vá usufruir desta liberação de financiamento. Os lançamentos estão recuados e as vendas demoram mais a acontecer, mesmo com os descontos maiores das construtoras. Para o trabalhador, sempre vale a pena usar o FGTS, mas é preciso ter cautela salienta”.
Assim, fará o consultor de tecnologia Rafael Granha, de 33 anos. De mudança para São Paulo, ele tentou comprar um apartamento na capital paulista, mas encontrou dificuldades para conseguir financiamento. Acabou optando pelo aluguel.
“Mesmo com esta liberação de crédito, agora vou esperar até ano que vem”, explica ele, que queria financiar 80% do imóvel.
No setor de imóveis usados, a restrição ao financiamento impacta fortemente. De acordo com Gustavo Araújo, coordenador de Compra e Venda da Apsa, especializada neste tipo de propriedade, 70% de suas operações dependem de crédito.
Como a iniciativa da comissão do FGTS foi divulgada no final da semana passada, os efeitos da injeção de R$ 21 bilhões não foram sentidos na conclusão de fechamento de negócios.
“É muito recente. Só conseguiremos avaliar como está se comportando no decorrer dos próximos meses. O setor não está parado nem congelado. Atualmente, o processo de venda está bem mais lento: se antes era de um mês, agora são dois ou três meses para conclusão do processo de compra. Mas dificilmente voltaremos ao patamar de venda dos anos anteriores”, avalia Gustavo.
Na opinião de Mariliza Fontes Pereira, diretora da MD.oito Arquitetura e Consultoria, com os recursos extras para o Programa Pró-Cotista haverá fôlego para a construção civil.
O Programa Minha Casa Minha Vida continuará aquecido em 2016, mas o mercado de imóveis acima do limite de R$ 225 mil praticamente estacionou, pois os bancos pararam de financiar, comenta Mariliza.
Minha casa minha vida – Com 90% dos empreendimentos destinados ao programa Minha Casa Minha Vida, a construtora MRV não viu sinais de desaquecimento. A empreendedora fechou 2015 com 250 condomínios.
Esta liberação não terá impacto para nós, porém para o setor é extremamente importante para volta do crescimento considera o diretor executivo de finanças da empresa, Leonardo Corrêa.
Boa Tarde, Recentemente li e apreciei o texto de Eduardo Quiza publicado no dia 25 de junho de 2010 com o título “Fundos que investem em florestas tem R$ 4 bi para novos projetos.” Gostaria de saber se o autor publicou recentemente algo sobre o tema? Sou estudante de Eng. Florestal e o tema TIMO´s tem sido abordado por mim em meu trabalho de conclusão de curso. Grata pela atenção, Camila Maciel
Camila,
Trata-se de matéria publicada no jornal Valor Econômico em 25/06/2010. Não é de autoria de Eduardo Quiza. Não há outras publicações sobre o tema em nosso blog.
Obrigado pelo contato.
Eduardo